Eu fico me perguntando o que é “a solidariedade” nesse momento. “Ficar todo mundo em casa!!!” – assumindo junto a hipocrisia de não enxergar aqueles que, sim, seguem tendo que trabalhar?
Pedir um delivery para “não ter que sair” – mas sem a menor preocupação com os caras que entregam? (Sim, aqueles mesmos que trabalham com aplicativos, e que assustavam tanto a gente até a semana retrasada, por não terem nenhuma carteira assinada, nenhum direito trabalhista e horários ilimitados de até 14 horas por dia).
Desertar uma feira orgânica ao ar livre para se aglomerar dentro de um supermercado, como se fosse mais saudável – sem se preocupar com a saúde de funcionários (sub-pagos) e nem com o ônibus que muitos deles tem que pegar todos os dias?
Sabemos que frente ao coronavírus, certas populações são muito mais vulneráveis do que outras. Então, quem tem saúde boa e NÃO MORA JUNTO com pessoas idosas, doentes ou mais frágeis, talvez pudesse, sim, sair de casa com todas as devidas precauções, para resolver as suas coisas sem depender de intermediários. E tem mais: tornar-se um intermediário para quem precisa, fazendo as compras ou quebrando qualquer galho para quem não pode correr o risco de se expor.
E se rolar uma grana, aproveitar para apoiar quem está numa pior. Que tal?Enfim, tudo isso para dizer que eu, por exemplo, ando de bike, tenho saído pra rua com um certo cuidado e estou a disposição para dar essa força à quem estiver precisando, tá bem?
Abração.